quinta-feira, 28 de maio de 2015

Por que é importante que o bebê fique no colo?

 
"Pesquisas mostraram que os bebês que ficam em contato maior com a mãe, são menos propensos a serem inseguros"

Sabemos que alguns bebês sentem maior dificuldade em se adaptar à vida fora do ventre de sua mãe, e sabemos também que o contato pele a pele com a mãe diminui o estresse desse bebê, as cólicas, inseguranças e favorece a amamentação! Portanto, o uso do Wrap Sling é tão importante para fortalecer esse vínculo mamãe-bebê, pois possibilita que o bebê fique mais tempo no colo e a mãe com as duas mãos livres para fazer suas atividades do dia-a-dia e ainda acaricia-lo. Além de confortáveis e bonitos, os Wrap Slings oferecem outros benefícios para a mãe e o bebê. Confira!


Uso correto do Wrap Sling


Como sabemos, os três primeiros meses de vida são interpretados pelo bebê como uma extensão da vida no ventre, onde ele apenas ouvia o batimento cardíaco da sua mãe. Por isso, pode demorar um pouco para que o bebê se adapte à vida fora do ventre, e é por isso que os Wrap Slings são tão úteis - eles fornecem uma transição mais fácil para o seu bebê, transmitindo segurança, favorecendo o vínculo e o apego entre mamãe e bebê.

Você conhece o método canguru?
O método canguru, é uma prática que permite que o bebê mantenha-se em contato pele a pele com a mãe. Este método tem benefícios comprovados cientificamente que favorecem o bebê e mãe em termos de vínculo e apego.  O contato permite que o bebê possa ouvir o batimento cardíaco da mãe (ou do pai), assim como escutava no ventre, além de comprovada, por meio de pesquisas, que o método ajuda a acalmar o bebê.  Em caso de bebês prematuros, quando esse método é realizado, auxilia no aumento da taxa de crescimento desses bebês e favorece a formação de conexões neurais importantes responsáveis pela construção da sua personalidade no futuro e ajuda a regular a sua respiração e batimentos cardíacos.
O método aumenta a confiança dos pais no cuidado com o bebê e, especificamente para as mães, que estimula a produção de leite materno e reduz a incidência de depressão pós-parto.

Conveniência no uso do Wrap Sling
A mãe sente como se ainda estivesse com o bebê em seu ventre, pode ir a diversos lugares sem a necessidade de levar carrinho, além de manter as duas mãos livres para carregar sacolas ou dar a mão para outras pessoas (por exemplo, seu filho mais velho). Dentro de casa ele pode ser usado para que a mãe ou o pai consigam fazer algumas atividades da casa, usando as duas mãos!

Comunicação e Desenvolvimento Físico do seu bebê
O contato pele a pele possibilita o sincronismo melhor com os seus gestos e expressões faciais entre mãe e bebê, até o ponto da mãe identificar suas necessidades antes mesmo que o bebê comece a chorar. Quando os bebês não precisam chorar para comunicar as suas necessidades, eles sentem mais confiança na mãe (ou pai), aprendem a se comunicar melhor e têm sua segurança reforçada.
Junto do corpo da mãe, o bebê está mais em sintonia com os movimentos as ações, e essa estimulação permite que o bebê ganhe maior controle sobre seus músculos, pois adquire conhecimento sobre os movimentos que a mãe ou o pai fazem no dia a dia.

Seu bebê seguro e confiante
A medida que o bebê cresce e se torna mais consciente do que está a sua volta, ele expressa, muitas vezes, uma certa ansiedade quando vão à lugares diferentes, ou encontram com pessoas desconhecidas.  Se ele ouvir a respiração e batimentos cardíacos da sua mãe ou pai, ele pode se acalmar e aliviar o estresse. Ao contrário do que se pensava, pesquisas mostraram que os bebês que ficam em contato maior com a mãe, são menos propensos a serem inseguros e mais propensos a serem independentes mais cedo. Enquanto o bebê cresce se sentindo mais confiante, ele consegue se aventurar de forma mais independente e segura muito mais cedo, em comparação com os bebês que não são carregados com frequência.

Refluxo e cólica bebês
Manter o bebê na posição vertical ajuda na sua digestão e evita refluxo, evitando assim a regurgitação mais dolorosa. Bebês com cólica também choram menos quando colocados juntos do peito da mãe, pois o contato serve como uma massagem suave para o estômago do bebê.

Displasia de Quadril (Luxação congênita)
Com os cangurus convencionais, habitualmente, observa-se que as pernas do bebê ficam penduradas em relação ao resto do corpo, e não dobradas no estilo “rã” (postura que favorece o desenvolvimento das articulações dos quadris). Com as perninhas penduradas, o peso do bebê é fica apoiado diretamente na zona genital ao invés do seu bumbum, e sua coluna adquire uma postura não-fisiológica. A postura de “rã”, oferecida pela amarração do Wrap Sling "consiste em levar o bebê no colo com as pernas abertas em cerca de 45° em relação ao eixo corporal (abertura total entre as pernas de 90°), e o quadril flexionado de maneira que os joelhos fiquem à uma altura ligeiramente superior ao bumbum. Isso permite que a cabeça do fêmur fique perfeitamente encaixada dentro da articulação do quadril e é a posição fisiologicamente correta, é uma postura ótima, e previne problemas posteriores desta articulação. Esta técnica de encaixamento ajuda a resolver casos de displasia de quadril leves." (Pediatria em Foco)

Em breve, teremos aqui no BLOG o relato de uma mãe e um pai que trataram da displasia de quadril da sua filha! Eles nos contarão sobre as dificuldades que tiveram, dos seus sentimentos e da importância de cuidar bem da postura do seu bebê!
 

Fontes de estudos: Rodas mães/ Anisfeld E, Casper V, Nozyce M, Cunningham N. (1990) Does Infant Carrying Promote Attachment. An Experimental Study of the Effects of Increased Physical Contact on the Development of Attachment. Child Development 61:1617-1627. / Hunziker UA, Garr RG. (1986) Increased carrying reduces infant crying: A randomized controlled trial. Pediatrics 77:641-648 / AmaWrapSling / http://www.pediatriaemfoco.com.br/posts.php?cod=220&cat=2

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Injeções de corticoide para amadurecer o pulmão do bebê

O corticóide pré-natal em gestantes tem o intuito de reduzir as complicações neonatais associadas ao nascimento prematuro.

a) Pra que servem as injeções? Quando devem ser administradas as injeções?
A pediatra Ana Paula Caldas, que atende partos domiciliares e hospitalares, dá as seguintes orientações sobre a administração das injeções de corticoides:

  1. Servem, exclusivamente, para acelerar a produção de uma substância que ajuda na maturação pulmonar do feto, caso ele nasça prematuro.
  2. Ela é indicada em gestações de risco, em que há iminência do nascimento para melhorar as chances de sobrevivência do bebê.
  3. Seu efeito dura de 48 horas a 7 dias e só deve ser aplicada até as 34 semanas, então não adianta tomar as injeções com 37 semanas de gestação para poder marcar a cesárea na semana seguinte.
  4. Ela não é isenta de riscos, tem efeitos na formação do cérebro do bebê.
A Sociedade Portuguesa de Pediatria possui um documento completo sobre a administração do corticoide, considerando as tabelas abaixo referente ao grau de recomendações e os níveis de evidências.





Seguem algumas das questões respondidas por este documento (Documento Completo Aqui)

Quais são os benefícios da sua administração pré-natal?
A administração pré-natal de corticoides está associada a reduções significativas, tanto do risco de morte neonatal, como da ocorrência de doença da membrana hialina e de hemorragia intra-ventricular neonatais (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I). Não lhes são atribuíveis efeitos benéficos maternos.

A que gestantes devem os corticoides ser prescritos?
 Os clínicos devem prescrever um único ciclo de corticoides às grávidas entre 24+0 e 34+6 semanas de gestação que se encontrem em risco de parto prematuro (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).

A sua administração a grávidas entre 23+0 e 23+6 semanas é de considerar, embora a sua utilidade seja questionável (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação IIa).

Em caso de gestação gemelar entre 24+0 e 34+6 semanas, na eminência de nascimento, está também indicada a prescrição de um ciclo de corticoides (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação IIa).

Nos casos de restrição de crescimento intra-uterino em risco de nascimento entre as 24+0 e as 35+6 semanas, há evidência de que a administração de um curso de corticoides tem benefício neurológico (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

Salientando-se que a cesariana eletiva deve continuar a ser realizada às 39+0 semanas, ou mais tarde, sempre que aquela tiver que ser efetuada até às 38+6 semanas, deve ser administrado à gestante um ciclo de corticoides. Esta prática comprovadamente reduz a necessidade de internamento dos recém-nascidos por diminuir os seus problemas respiratórios, entre outros (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).

Quanto tempo dura o efeito benéfico dos corticoides?
 Os corticoides pré-natais são mais eficazes na prevenção da doença da membrana hialina se o nascimento ocorrer entre 24h e 7 dias após a última toma materna (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).
 Mostraram-se, no entanto, eficazes na diminuição da mortalidade neonatal mesmo quando o nascimento ocorre antes de passadas 24h, pelo que a sua administração continua a estar indicada, ainda que esse evento seja previsível (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I). 4

Quão seguros são os corticoides?
Um único ciclo pré-natal de corticoides não está associado a efeitos adversos a curto prazo, tanto maternos como fetais (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).  A avaliação a longo prazo dos benefícios e riscos de um só ciclo de corticoides não demonstra claramente que haja efeitos adversos, neurológicos ou cognitivos (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).

Ainda não há dados suficientes para ajuizar dos benefícios e riscos, a longo prazo, resultantes da prescrição de múltiplos ciclos de corticoides (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação III).


Há contra-indicações para a prescrição pré-natal de corticoides?
Deve-se ser cauteloso na prescrição de corticoides a gestantes com infecções sistémicas, incluindo tuberculose e sépsis (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação III).

Há evidência de associação entre corioamniotite clínica e posterior desenvolvimento de leucomalácia periventricular e paralisia cerebral pelo que, naquela circunstância, os corticoides devem ser iniciados mas o parto não deve ser adiado se a condição materna e/ou fetal aconselhar a sua realização (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).

A diabetes mellitus materna não é contra-indicação para a administração de corticoides. Nesse caso, a insulinoterapia poderá ter que ser ajustada (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação IIa).

Fontes de estudos: Grupos de Profissionais da área/ Sociedade Portuguesa de Pediatria

sábado, 9 de maio de 2015

Explicando o trecho de um parto normal

O propósito dessa publicação é levar conhecimento, consciência e reflexão. Não é desmerecer as condutas feitas, tampouco tirar a beleza do ato de parir ou do amor de uma mãe pelo seu filho! Cada parto tem algo para nos ensinar!

Trecho do Parto: https://www.facebook.com/Stylisheve/videos/778807465493170/?pnref=story


1. Parto Normal com analgesia: O parto natural é o parto sem analgesia. Quem passou pelo parto natural afirma que, quando ocorre a dilatação total a dor ameniza significantemente. Isso ocorre porque o corpo é capaz de produzir substâncias que aliviam a dor, como a endorfina, cuja produção é desencadeada pela dor das contrações. A analgesia (diferente da anestesia, que somente é usada em cirurgia) é utilizada no parto normal e não tira totalmente as sensações (se corretamente administrada), reduzindo apenas a dor mais intensa. A mulher que deseja a analgesia tem o direito de tê-la, no entanto, deve saber que, "a revisão sistemática disponível na Biblioteca Cochrane deixa bem claro que, apesar de oferecer alívio efetivo da dor do parto, analgesia de parto está sim associada com aumento de morbidade materna e de intervenções: analgesia peridural aumenta o risco de bloqueio motor, de parto instrumental, hipotensão materna, febre materna, retenção urinária, acarreta maior duração do período expulsivo, maior utilização de ocitocina e se associa a risco aumentado de cesariana por sofrimento fetal" (Melania, 2012).

2. Uso da cardiotocografia durante o trabalho de parto (intraparto): A cardiotografia é usada para verificar o bem-estar fetal e a intensidade contrações uterinas. Alguns obstetras usam da cardiotografia durante a fase latente quando a gestação passa de 40 semanas, para ter certeza de que o bebê continua bem enquanto se espera o início natural do trabalho de parto, ou quando a mãe tem alguma doença ou complicação (hipertensão, diabete gestacional, cardiopatias, anemias, doenças reumatológicas, trombofilias), quando a bolsa rompe antes de 37 semanas de gestação, quando há suspeita de infecção dentro do saco gestacional (corioamnionite).
O uso da cardiotografia intraparto não permite que a gestante se movimente ou fique em outras posições que auxiliam no trabalho de parto.
Verifiquem o estudo completo sobre a cardiotografia intraparto neste link: http://estudamelania.blogspot.com.br/2014/06/estudando-cardiotocografia-intraparto-o.html




3. Posição semideitada da mãe: De acordo com a OMS, a posição que deve ser adotada pela mulher em trabalho de parto no momento do expulsivo deve sempre ser aquela na qual ela se sinta mais confortável. Essa posição tem a vantagem de aliviar a coluna da mulher e favorecer o trabalho da gravidade no processo de parto, porém, como o peso da mulher fica apoiado sobre seu cóccis, a dilatação dos ossos da pelve é dificultada.


 
 
4. Clampeamento precoce do cordão umbilical: O clampeamento tardio do cordão previne a deficiência de ferro do bebê no seu primeiro ano de vida. Confira o estudo sobre a importância do clampeamento tardio do cordão daqui no Blog: http://acolhedoramaterna.blogspot.com.br/2015/04/por-que-esperar-para-cortar-o-cordao.html
Lista de alguns estudos sobre os benefícios do clapeamento tardio do cordão umbilical


Cordão com sangue (NÃO CORTAR) e cordão sem sangue (PODE CORTAR)

Segue o estudo sobre o cordão umbilical: http://adeledoula.blogspot.com.br/2011/11/entendendo-melhor-o-cordao-umbilical.html

5. Bebê vai direto para o colo da mãe: O bebê nasce e é colocado imediatamente no colo de sua mãe, onde poderá ser então enxugado delicadamente, suavemente, sem pressa, com panos bem macios. "Suavizar o nascimento do bebê deveria ser a regra. Nascer é um tremendo esforço, e adaptar-se ao mundo aqui fora não deve ser uma tarefa fácil. Seria maravilhoso se todos os bebês pudessem fazer isso com calma, sem pressa e num ambiente amoroso e delicado. Afinal de contas, para humanizar o nascimento não é necessário "fazer coisas". Justamente ao contrário, para suavizar o nascimento precisamos apenas "não fazer nada"". Para ler o texto completo, clique no link: http://www.maternidadeativa.com.br/artigo20.html