sábado, 4 de abril de 2015

Por que esperar para cortar o cordão umbilical?


A Organização Mundial da Saúde recomenda o clampeamento tardio do cordão umbilical
 
Fonte: https://www.facebook.com/orenascimentodoparto
 
O clampeamento tardio do cordão umbilical (realizado 1 a 3 minutos após o nascimento) é recomendado para todos os nascimentos, iniciando simultaneamente os cuidados essenciais ao recém-nascido.

.:: médicos devem esperar que o cordão pare de pulsar naturalmente.

O problema: A anemia infantil, tendo como uma das principais causas a deficiência de ferro, aumenta a mortalidade infantil e causa problemas de desenvolvimento cognitivo, motor e comportamental.
 
A intervenção: Nas recentemente publicadas Recomendações da OMS para a prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto de 2012, a OMS reitera sua recomendação anterior de aguardar para clampear e cortar o cordão umbilical logo em seguida ao nascimento do bebê.
 
A recomendação é baseada na compreensão de que o atraso do clampeamento do cordão umbilical permite a passagem continuada do sangue da placenta para o bebê durante mais 1 a 3 minutos após o nascimento. Esse breve atraso é conhecido por aumentar as reservas de ferro do bebê em até 50% aos 6 meses de idade nos bebês nascidos a termo.
 
No entanto, atualmente a cobertura dessa intervenção tem sido limitada devido à falta de informações sobre seus benefícios bem como em função de preocupações suscitadas a respeito da prática. O objetivo deste informe é descrever os benefícios da intervenção e por que ela não está sendo usada atualmente, para que o clampeamento tardio do cordão umbilical possa ser apoiado e promovido entusiasticamente pelos profissionais da área da saúde como uma prática recomendada para a saúde materna, saúde do recém-nascido, HIV e nutrição.


.:: Obstáculos teóricos e preocupações sobre o clampeamento tardio do cordão umbilical
 
  1. Icterícia (amarelecimento dos olhos e da pele), com necessidade de fototerapia: Estudos revelam apenas um risco de 4.36% de icterícia nos bebês que recebem clampeamento tardio do cordão umbilical, comparado a um risco de 2.74% nos bebês que recebem clampeamento precoce do cordão umbilical. Não há risco aumentado de icterícia grave.
  2. Policitemia (excesso de glóbulos vermelhos que aumentam a viscosidade do sangue): Estudos não revelam risco aumentado de policitemia quando um bebê recebe clampeamento tardio do cordão umbilical.
  3. HIV: A OMS recomenda o clampeamento tardio do cordão umbilical para todas as mulheres, incluindo mães soropositivas e mães cujo status sorológico para o HIV é desconhecido.
  4. Orientação clínica anterior pouco esclarecida sobre a realização do clampeamento tardio do cordão umbilical: A OMS agora recomenda integrar o clampeamento tardio do cordão umbilical aos cuidados essenciais ao recém-nascido e à gestão da terceira fase do parto.
 
.:: Os benefícios do clampeamento tardio do cordão umbilical

  1. Reservas de ferro aumentadas no momento do nascimento e menor anemia infantil: Estudos revelam uma redução de 61% na taxa de anemia requerendo transfusão de sangue quando o clampeamento tardio do cordão umbilical é praticado.
  2. Redução da hemorragia intraventricular (1): Estudos revelam uma redução de 59% na taxa de hemorragia intraventricular em bebês prematuros quando o clampeamento tardio do cordão umbilical é praticado.
  3. Menos enterocolite necrosante (2): Estudos revelam uma redução de 62% na taxa de enterocolite necrosante entre bebês prematuros quando o clampeamento tardio do cordão umbilical é praticado.
  4. Menos sepse infantil (3): Estudos revelam uma redução de 29% na taxa de sepse neonatal em bebês prematuros quando o clampeamento tardio do cordão umbilical é praticado.
  5. Menos transfusões de sangue necessárias: Estudos revelam uma redução de 52% na taxa de transfusões de sangue para a pressão arterial baixa entre bebês prematuros quando o clampeamento tardio do cordão umbilical é praticado.
 
 
(1) Hemorragia intraventricular (IVH) é o sangramento dentro ou ao redor dos ventrículos, os espaços no cérebro que contém o líquido cefalorraquidiano
 
(2)A enterocolite necrosante é uma doença pela qual a superfície interna do intestino sofre lesões e se inflama.
 
(3) A sepse infantil é uma condição médica grave caracterizada por estado inflamatório de todo o organismo e presença de infecção. O corpo pode desenvolver essa resposta inflamatória a micróbios no sangue, urina, pulmões, pele ou outros tecidos. Sepse é geralmente tratada em UTI com fluidos intravenosos e antibióticos.
 
 
 Não custa nada esperar! Apenas esperar alguns minutos traz tantos benefícios! Seja gentil com o bebê, deixando receber o sangue do cordão que é dele!
 
 
 

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