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| Fonte da imagem: MaternaRun |
Algumas mulheres, quando estão nas tentativas de engravidar, na gestação, no parto e pós-parto, se sente fragilizadas ou frágeis. Seus companheiros, algumas vezes, também se sentem assim, porque eles gostariam de ter o controle da situação, ajudar ativamente a mulher em todo o processo de gestação, parto e pós-parto. O que eles, às vezes, não sabem é que eles podem ser ativos nesse processo sim, aliás, eles devem. (Mas, isso falaremos em outro
post, ok!?)
A fragilidade, no Dicionário Léxico, significa:
1. Característica daquilo que é frágil, que não possui grande resistência;
2. Vulnerabilidade em termos de saúde; aspecto fraco ou débil;
3. Inclinação para, com facilidade, ceder à vontade das outras pessoas; do mesmo significado de fraqueza;
4. Ausência de constância; oscilação;
5. Inexistência de fundamento ou alicerce; falta de fortalecimento.
Agora vamos relacionar a fragilidade com os processos da gravidez!?
Essa fragilidade pode ter diversas motivações: medo da gravidez, parto, ou pós-parto, sensação de que não é capaz de cuidar de um ou mais bebês, sentimento de que não era a hora certa para viver a maternidade, receio de ter um parto prematuro, medo de sentir dor, entre outras coisas.
Nos processos de engravidar, gestação, parto e pós-parto, a sensação ou estado de fragilidade não facilita as relações que envolvem esses processos, pois muitas vezes, nos levam a uma posição de coadjuvante dos processos.
A mulher que se sente fragilizada, geralmente, busca rigidez e força em alguém que ela determina ser mais forte do que ela, ou alguém que ela julga conhecer mais que ela sobre a maternidade, esquecendo que cada experiência é única - na concepção, gestação, parto, pós-parto. Quando ela faz isso, coloca-se como coadjuvante da maternidade e essa condição, na verdade, chega a causar um alívio imediato para a mulher, porém, é ilusório.
Não há nada de mal em se sentir frágil, somos seres humanos providos de emoções, histórias, contexto de vida e diversos outros tipos de sensações, no entanto, o que fazemos com essa fragilidade é o que determinará o curso de nossa vida.
Quando escolhemos alguém para ser a nossa "força" diante da nossa fragilidade, perdemos a autonomia e a oportunidade de superarmos essa fragilidade. Os processos que envolvem a maternidade são oportunidades únicas de descobrir o poder que existe em nosso corpo, mente e espírito, pois é um estado de profunda sensibilidade.
Uma vez que nos sentimos frágeis devemos buscar a superação desse estado, pois de frágil - com exceções de doenças comprovadas - o ato de gerar/cuidar, parir não tem nada, já que é o momento em que o corpo apresenta superação do seu limite e profunda resistência (veja o item 1 do significado da fragilidade) que até então não sabia que poderia superar, mas está longe de ser um estado de falta de saúde (veja o item 2 do significado da fragilidade).
A questão é: para quem podemos apresentar nossas fragilidades?
Esse cuidado é essencial para que a mulher se torne protagonista da maternidade e não coadjuvante dela, e então, tenha a autonomia de transformar a sua vida para a maternidade, caso contrário, ela viver os processos conforme as orientações de outras pessoas, sem seguir o seu instinto materno que mostra o que realmente
ela já sabe fazer (veja o item 3 do significado da fragilidade). Claro, orientações e apoios são sempre bem-vindos e até mesmo necessários, mas jamais deverão tirar a autonomia da mulher.
(aliás, você sabia que todos os hormônios dos processos de concepção (sexo), gestação, parto e pós-parto, são produzidas pelas glândulas que estão localizadas na parte do cérebro que se chama "cérebro primitivo? Cérebro primitivo é onde está nosso instinto animal - e materno!).
Os processos que envolvem nosso corpo desde a concepção até a amamentação são, realmente, perfeitos. Existe um tempo, uma sequência de acontecimentos de acordo com o organismo de cada um, uma frequência, uma constância. (veja o item 4 do significado da fragilidade). É divino!
Por isso, é importante que a mulher que está vivendo a maternidade busque o profundo conhecimento sobre a fisiologia do seu corpo, sobre as possibilidades de partos, a importância da amamentação, enfim, compreender os processos, por meio de evidências científicas e não por meio de histórias aleatórias (aliás, o que mais a grávida escuta são tragédias da gestação e parto, né?) para que se sinta convencida e fortalecida (veja o item 5 do significado da fragilidade).
Notem, dos 5 itens sobre o significado da fragilidade, vemos que o nosso corpo não tem nada de frágil! Então, por que nós mulheres nos sentimos frágeis?!
Os hormônios na gestação, em especial, nos deixam mais sensíveis em diversos aspectos, propositalmente, pois somente assim conseguimos nos conectar com o nosso instinto materno (ativado no cérebro primitivo). Então, nosso sistema sensorial fica mais aguçado, sentimos melhor o gosto dos alimentos, ficamos mais sensíveis a presença de pessoas com "intenções" boas ou ruins, sentimos maior desejo sexual (principalmente no último trimestre da gestação, ou perto do parto), sentimos nossas articulações mais afrouxadas (que facilitará a passagem do bebê pela pélvis). Tudo fica mais sensível, especialmente para que consigamos nos conectar com o(s) bebê(s) que está(ão) sendo gerado(s), nos libertarmos da sensação de fragilidade e nos entregarmos à maternidade.
Sendo assim, seguem algumas dicas para superarmos a sensação de fragilidade:
1. Identificar as formas de fragilidade, uma a uma e reconhecer a existência delas.
2. Contar sobre suas formas de fragilidade para pessoas que irão apenas te apoiar na superação das mesmas e conduzi-la para o protagonismo da sua vida.
3. Contar sobre suas formas de fragilidade para pessoas que você sabe que não vão usar desse seu estado para lhe deixar ainda mais frágil.
4. Buscar em cada forma de fragilidade a força física, emocional e espiritual que existe nela.
5. Reconhecer a fragilidade como um estado passageiro.
6. Buscar ajudas necessárias para a superação desse estado.
.:: Estamos falando da fragilidade nos processos que envolvem a maternidade, o ato de gerar, parir, cuidar de um ou mais bebês, amamentar, porém, todas as pessoas tem ou já tiveram a sensação de fragilidade em outras situações da vida. Ninguém está livre disso! Portanto, quando alguém lhe apresentar uma fragilidade, essa pessoa deve ser respeitada quanto ser físico, psíquico e espiritual e, ainda, deverá receber um acolhimento cheio de compaixão.
Um versículo bíblico sobre o poder e a oportunidade espiritual de se aperfeiçoar nos momentos de fragilidade: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim." 2 Coríntios 12:9
Fontes de estudo: Palestra da Heloisa Lessa (Congresso Nascer Melhor), dicionário léxico, curso de doula, experiências vividas, Bíblia.